segunda-feira, 27 de junho de 2011

Oratória e política II

Um discurso pronto, seja na cabeça ou no papel, deve se ajustar à situação. Ele pode servir como veículo de comunicação para os mais variados fins (discurso de aniversário, de formatura, de negócios, discurso políticos, etc), cada um deles construído especificamente para a razão que levou aquele público a se reunir.
O discurso político se constitui numa peça de persuasão em torno de um tema público invariavelmente controvertido. Enquadra-se naquilo que se chama de comunicação interessada, isto é, aquela comunicação que visa levar os ouvintes a adotar uma atitude pretendida pelo orador.
Trata-se de um tipo de comunicação que se assemelha ao vendedor que usa do poder de persuasão para levar ao seu target a decisão quanto à aquisição do produto que lhe interessa.
Vendedor e político, ambos são indivíduos interessadas em obter algo do seu público-alvo. No desempenho de sua atividade, são pessoas que buscam "alguma coisa que as pessoas têm" e nas quais estão intensamente interessados. Por esta razão, o político deve estar preparado para superar reações e barreiras de defesa e ceticismo, a fim de que seus argumentos possam ser vistos com boa vontade, ou pelo menos o mínimo de neutralidade.
Via de regra, o político é visto como alguém que sempre está aposto para aproveitar oportunidades "para vender o seu peixe", como se diz na linguagem popular. Assim, um discurso político, sempre enfrentará resistência e autodefesa silenciosa. A menos que seja pronunciado para um público de fiel, já previamente identificados com as idéias do candidato.

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